Sufocam as palavras interditas pela mente. Todas as palavras inefáveis, todas as declarações apaixonadas caiem agora no esquecimento do passado. Morrem na garganta todos os gritos, berros e desesperos da minha alma (ou coração). Tudo te pede sem se fazer ouvir, tudo te quer sem se pronunciar, no limiar dos esforços sobre-humanos que auto-flagelo.
Deixo-me assim, então. Perdida na (já) longuinqua memoria de te ter.
Como (me) te perdi?
Perder alguem, como? Achei-te eu, algum dia, por mero acaso?
De qualquer modo, julguei ter-te. Partilhei, talvez comigo mesma, memórias pares. Construí-as número a número dos nossos segundos vividos.
E se agora o tempo parasse?
Poderias, ainda assim, prometer-me que número par seria o ultimo do infinito?
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