24 de janeiro de 2008

Porto, 24 de Janeiro

Sufocam as palavras interditas pela mente. Todas as palavras inefáveis, todas as declarações apaixonadas caiem agora no esquecimento do passado. Morrem na garganta todos os gritos, berros e desesperos da minha alma (ou coração). Tudo te pede sem se fazer ouvir, tudo te quer sem se pronunciar, no limiar dos esforços sobre-humanos que auto-flagelo.
Deixo-me assim, então. Perdida na (já) longuinqua memoria de te ter.
Como (me) te perdi?
Perder alguem, como? Achei-te eu, algum dia, por mero acaso?
De qualquer modo, julguei ter-te. Partilhei, talvez comigo mesma, memórias pares. Construí-as número a número dos nossos segundos vividos.
E se agora o tempo parasse?
Poderias, ainda assim, prometer-me que número par seria o ultimo do infinito?

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